Nacionalismo:
Uma maneira
de negar a própria cultura e o próprio valor convertendo-os num culto. Culto
que pode ter elementos religiosos ou seculares. Se deparamos na
formação da palavra “nação” vemos que
faz referência ao natural e o natal, aquilo que o nacionalismo não é, pois se
trata de uma abstração sentimental que amiúde não compreende a gênese e os sentidos
da sua própria cultura. Neste sentido diria que o nacionalismo é o inimigo da
nação, homogeneizando e nivelando as diferenças e pretendendo uma unidade onde
há diferentes fios de diversas urdimes da história. Se bem se poderiam fazer matizes, incluo aqui todo tipo de nacionalismos.
Cultura:
Um meio para
o desenvolvimento humano, para poder alcançar a sua superação ética. Que é um
meio é exatamente isso: um instrumento para a modelação humana. Significa que a
qualidade humana e o caráter das populações envolvidas tece durante gerações um
propósito que vai além da simples adaptação ao meio em contra do que muitos
antropólogos acreditam. A língua e as suas significações originárias são uns
dos testemunhos mais valiosos de este propósito que tem uma Origem
extradimensional. Os mitos, os contos e os elementos do “folklore” mostram isto
com suficiente nitidez. A cultura é a preparação da planta humana e o apego ás
suas manifestações externas um sintoma de decadência e de mau funcionamento da
mesma, o que dá lugar a seres humanos que desconhecem o sentido da sua própria
existência.
Interdependência:
O próprio
lugar da autonomia e a independência. O paradoxo é que a nossa independência é
correlativa do fluxo de interrelações que possamos manter. A mais
interconexões mais independência. Trata-se de uma lei que põe em jogo outra:
dar e tomar. Saber dar e saber tomar são parte de um mesmo processo. Não podemos
dar se não sabemos tomar. Isto é também uma vacina contra os fundamentalismos
identitários de todo tipo.
Política:
Um elemento
essencial da filosofia, e cujo propósito está perfeitamente exprimido na Politeía platónica. A Politeía de
Platão não mostra um ideal utópico tal e como habitualmente se compreende. Mostra
o real e o contemporâneo, a função do conhecimento real. Platão nunca pretendeu
fazer esse "estado" na terra, só mostrar o modelo do que já era. O diálogo é uma pedagogia para conduzir e ajudar a outros
na compreensão do Real. Por exemplo, a ideia de que as crianças fossem educadas
pela Cidade significa o desapego que os
seres humanos têm que desenvolver com respeito ao sentido da Verdade e Justiça
no âmbito do conhecimento real. Esta mesma ideia podia ser chocante para uma
sociedade fundada nos apegos familiares e
nos interesses da tribo ou do clã, mas necessária para um sentido equânime do
governo e da
purificação emocional precisa para alcançar a verdade que,obviamente, Platão tem em
conta no caso dos seus receptores.
Numa certa altura, na República, Glauco diz:
- Mas isto não se pode levar á prática.
Ao que Sócrates responde:
- Meu querido Glauco, sabes o que significa "prática"?
E é claro que Glauco não sabia.
Significação:
Uma mensagem de uma terra remota.
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